A ascensão do traficante Fhillip da SIlva Gregório, o Professor, no Complexo do Alemão veio em 2014 quando da morte de Diogo Wellington Costa, o Bebezão.
O bandido voltou a ganhar destaque na mídia essa semana após serem divulgadas conversas dele com oficiais da UPP do Alemão sendo que em uma delas, um policial reclamou do valor da propina paga pelo criminoso.
A partir daí, ele passou a ser o principal responsável pela aquisição e o transporte de armas, drogas e munições da facção criminosa Comando Vermelho.
Na época, Professor tinha como base a Rua Canitá e um sítio localizado no município de Seropédica. Seu grupo tinha ramificações na cidade de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais.
Já naqueles tempos, Professor e sua quadrilha movimentavam vultosas quantias que eram depositadas em contas pessoais ou de empresas e se destinavam ao pagamento das drogas, armas e munições apreendidas. Insta observar que, inclusive, o denunciado e seus comparsas enviavam fotografias das drogas, armas e depósitos feitos, como forma de “mostrar” a “mercadoria” ou a efetivação dos pagamentos.
Foram feitas na ocasiã diversas prisões em flagrante pelo transporte de armas e drogas, bem como, se tomou conhecimento de ações policiais não vinculadas à investigação, onde foram feitas iguais apreensões.
Em uma das mensagens trocadas entre o acusado e um elemento de vulgo “PH”, Professor mencionou que “possui um sítio com estrutura pica pra nois arriar aqui”, ou seja, para utilização no recebimento/armazenamento de entorpecentes, o que pôde ser comprovado com a prisão do acusado.
No decorrer das interceptações foi constatado que a quadrilha, liderada pelo acusado, que já tinha um sítio em Seropédica, tinha a intenção de adquirir outra chácara nos limites entre Nova Iguaçu e Rio de Janeiro, bem como um veículo carreta para armazenamento e transporte do material entorpecente, respectivamente.
Ele chegou a mencionar a existência de um veículo carreta, que só negociava na Colômbia, Bolívia e Peru. Constatou-se que o acusado efetuava transações de substâncias entorpecentes e, por diversas vezes, reclamou da perda de material entorpecente.
Além de ser o chefe do tráfico, Professor coordenava a entrega e distribuição de entorpecentes, recrutava entregadores, fazia contato com fornecedores de entorpecentes e realizava transações financeiras de grande soma, havendo referencia nos autos de movimentar valores superiores a R$1.000.000,00 (um milhão de reais) em 15(quinze) dias.
Um policial pôde afirmar que, em virtude das mensagens trocadas pelo acusado e chegou a movimentar entre R$800.000,00 (oitocentos mil reais) e R$900.00,00 (novecentos mil reais) por semana.
Professor foi preso quando voltou ao Rio depois de ter ido ao Paraguai transportar um comparsa de vulgo Orelha.
A prisão do acusado foi possível, em virtude de conversas mantidas entre o acusado e sua esposa, onde se verificou que o mesmo retornou ao Brasil em um avião de pequeno porte, indo para São Paulo e de lá viria para o Rio de Janeiro em vôo comercial. A equipe, então, conseguiu, junto às empresas de aviação, localizar o vôo em que o mesmo estaria, prendendo o acusado.
Em sede policial, o acusado foi informado que estava sendo monitorado, não tendo o mesmo negado a prática do delito, afirmando que era o chefe do tráfico local e que era ligado à Facção Comando Vermelho e concordou em levar a equipe de policiais até o sítio.
Professor disse que, após sair da prisão, em julho de 2013, retomou o trabalho, como motoboy, tendo em paralelo se envolvido com elementos integrantes do tráfico de entorpecentes do Complexo do Alemão,
Afirmou, no entanto, qque não era o líder da quadrilha, nem tampouco se escondia no Complexo do Alemão, eis que possuía residência fixa fora do Complexo e sua função no tráfico era de “ajudador”0
Disse na época. que recebia ordens, possuindo alguns elementos sob seu comando para receber e distribuir carga de entorpecentes, bem como para efetuar depósitos referentes ao pagamento das cargas e, para preservar a segurança de seus familiares, não declarou o nome de quem recebia tais ordens.
Alegou o acusado que, quando tomou conhecimento através dos policiais federais da investigação e do monitoramento existente, percebeu que não tinha ideia da dimensão de seu envolvimento com os elementos do tráfico de entorpecente, caindo em si quanto à gravidade dos fatos em que havia se envolvido, se dando conta de que não era isso que queria para sua vida, tendo por conta disso levado os policiais por livre e espontânea vontade até o sítio em Seropédica.
Segundo o acusado, não negociava armas, nem andava armado, afirmando que existiam elementos que faziam segurança do local quando chegava ao Complexo do Alemão. O acusado disse que não recebia drogas, mas era o responsável em organizar a chegada das drogas de São Paulo, desconhecendo o fato de drogas enviadas a Juiz de Fora.
Foi condenado a 21 anos e dois meses de prisão. .
FONTE: TJ-RJ