Traficantes da comunidade Barreira do Vasco, em São Cristóvão, mataram no ano passado um homem responsável pela distribuição do gatonet na favela por ele não aceitar pagar um aumento na taxa exigida pelos criminosos. O chefe do tráfico, vulgo Parazinho e um dos executores tiveram as prisões preventivas decretadas este mês.
O crime foi cometido em 17 de março de 2024 em um campo de futebol que fica em frente ao estádio de São Januário.
A vítima Leôncio Castor Silva estava com o irmão na calçada quando parou um veículo Kia Cerato, modelo novo, de cor branca, placa não anotada, que fizeram disparos. Um deles era o de vulgo Sabiá e o outro era conhecido como Cartolinha ou Cartola ambos traficantes do Morro do Tuiuti, que migraram para a Barreira do Vasco. Eles são seguranças do líder do tráfico na comunidade, vulgo Parazinho.
Eles haviam se mudado para a Barreira do Vasco há cerca de um ano,
Leôncio trabalhava fornecendo televisão cabeada (gatonet) para moradores da comunidade Barreira do Vasco, há cerca de cinco anos.
Os traficantes da região, integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, respeitavam Leôncio, tendo em vista ser “cria” da referida comunidade.
Em contrapartida Leôncio efetuava o pagamento da quantia de R$ 5.000,00 mensais para o tráfico de droga
Antes do crime, Leôncio havia dito que Parazinho queria aumentar a quantia paga, no valor de R$20.000,00 mensais mas ele se recusou a pagar dizendo inclusive que todo o trabalho era dele, que “ele era quem subia no poste para fazer a instalação.
Uma testemunha relatou que um amigo de confiança de Leôncio , que ajudava em toda a operação do gatonet, possa ter convencido o tráfico a aumentar o valor da cobrança, tendo em vista que recentemente ele virou o responsável pela cobrança do gatonet da comunidade Barreira do Vasco, substituindo Leôncio.
Há relatos também de que Cartola também foi o autor do homicídio de Thiago Monteiro de Melo, que era responsável por distribuir internet para os moradores da Comunidade Barreira do Vasco;
A testemunha disse que viu Cartola na garupa de uma motoccileta efetuando disparos contra Thiago.
O declarante disse que ajudou a socorrer Thiago ajudou a socorrer colocando ele em um carro (Uber), que passava pelo local. Thiago foi transportado para Hospital Souza Aguiar, onde veio a falecer; O fato ocorreu em julho de 2023.
Uma outra testemunha confirmou que Leôncio comandava a distribuição do gatonet na comunidade cobrando R$ 50 por residência e que pagava R$ 7 mil mensais ao tráfico.
Disse que ouviu falar que, em dezembro de 2023, houve uma mudança no comando da favela e os novos traficantes, da mesma facção(C.V.), exigiram de Leo, R$ 20.000,00, por mês, para manter o serviço, o que fez com que Leo aumentasse o valor mensal para R$ 70,00, por residência.
A declarante não sabe dizer se Leôncio, pagou ou não o novo valor aos traficantes. Ouviu, que na comunidade da Barreira, havia sido executado depois que assumiu o novo comando, o detentor do serviço de “internet” no local, e que acredita que possa ter sido pelo mesmo motivo, que Leo possa ter sido executado.
FONTE: TJ-RJ