Leia agora detalhes sobre o homicídio da qual é acusado o chefe da milícia de Itaboraí que foi preso ontem em Atibaia (SP) e a forma de atuação do grupo.
A vítima foi Daniel Christian Araujo Albuquerque dos Santos, assassinada em 21/03/2025, no bairro Jardim Itambi.
Os autos que, no dia 20/03/2025, por volta das 22h30, a vítima foi sequestrada por ao menos três indivíduos armados na lanchonete J.A., localizada na Avenida São Miguel, no bairro São Joaquim.
Segundo o apurado, Daniel foi colocado em um veículo Peugeot de cor preta, sem placas, e levado a destino incerto, sendo posteriormente encontrado morto em via pública na manhã do dia seguinte.
No curso das investigações, apurou-se que Daniel vinha recebendo ameaças de morte anônimas, que mencionavam a inclusão do seu nome em uma lista apócrifa que circulava na região, com pessoas marcadas para morrer pela milícia.
As ameaças teriam se iniciado após a realização de um evento em comemoração ao Dia das Crianças, organizado por Daniel, com o auxílio de seu irmão e de um amigo.
Fotografias do evento foram publicadas em redes sociais pelo traficante vulgo Graxinha, um dos líderes locais da facção criminosa Comando Vermelho.
Daniel e o irmão mantinham laços de amizade com o traficante, antigo morador do bairro.
A identificação dos investigados (tanto o chefe da milícia como um homem vulgo Piolho) como possíveis autores do crime baseia-se no fato de terem sido vistos portando armas de fogo em um veículo Peugeot preto com características semelhantes ao utilizado no sequestro da vítima.
Foram também relatadas abordagens a moradores e comerciantes, com questionamentos sobre supostos vínculos com a facção Comando Vermelho.
Destaca-se, nesse ponto, o depoimento de um homem que declarou ter sido abordado, na véspera do crime, por um veículo Peugeot escuro semelhante ao descrito.
Segundo ele, os mesmos suspeitos desceram do carro, ambos armados. Na ocasião, Piolho teria perguntado se ele possuía arma de fogo e, em seguida, declarado que a região estava sob o domínio da facção criminosa TCP, afirmando: “Avisa que é o TCP agora é agente, não quero moto barulhenta, nem fumando grau”.
Além disso, há nos autos a informação de que a equipe policial do GELC, responsável pelas diligências iniciais no local do crime, observou a presença de um veículo Toyota Corolla, cor prata, circulando repetidas vezes nas imediações, monitorando os trabalhos de investigação.
Tal veículo, conforme apontado pela Autoridade Policial, é compatível com o automóvel de propriedade do irmão do chefe da milícia preso.
A polícia investiga a atuação dos suspeitos, abordando moradores com armas de fogo, utilizando veículo com as mesmas características daquele empregado no crime, como também a disputa territorial entre as facções Comando Vermelho e TCP/Milícia,
Com efeito, a liberdade dos investigados poderá intimidar testemunhas que ainda serão ouvidas, comprometendo a elucidação dos fatos.
Ressalte-se que o irmão da vítima,, e seu amigo Luiz Eduardo da Silva Ferreira também relataram que estariam recebendo ameaças de morte anônimas.
FONTE: TJ-RJ